O Brasil,
desde seus primórdios, foi construído em uma base de alienação e desigualdade
social. O Rico e o escravo, o dono e o estrangeiro. Suas bases foram moldadas
de forma que sempre houvesse uma alienação de grande parte da população, para
melhor controle da mesma, e grandes lucros aos mandantes já ricos.
Não
havia produção de livros, ou escolas e muito menos bibliotecas. A educação que
ainda era passada em sua mínima performance só alcançava os canonizados e já
cristãos. Os negros, os quais não eram alvo de canonização, se limitavam a
escravidão física e intelectual.
Com
a abolição da escravatura, o negro se viu perdido e ignorante em meio a uma
sociedade que privava os tais de qualquer contato religioso, educacional ou
profissional. Já que nova mão de obra estava sendo contratada do estrangeiro,
que também começaria a sofrer com o abandono intelectual, pois somente
alcançava os ricos e mais abastados.
Com
essa formação, grosso modo descrita, de um país tão grande, e hoje, influente
em meio à economia mundial, observamos nos dias atuais uma conseqüência e
continuidade da mentalidade retrograda e provinciana dos séculos iniciais do
nosso país.
Mas
será possível, haver uma mudança nestes trilhos tão disformes?
Ao
analisarmos as mudanças políticas nos séculos passados observamos que através
de poucos houve mudanças drásticas em sistemas políticos. Pensadores e pessoas
de coragem e intelecto levaram nações a revoluções que refletem em nossa
sociedade atual.
O
sistema em que vivemos nos leva a observar uma distancia tão grande entre a
política, o intelecto e o cidadão, que paramos para pensar se há a
possibilidade de mudança. A história é feita de mudanças, e são elas que fazem
e fizeram as nações que hoje conhecemos. Esta alienação é que impede a nossa
nação de mudança, este conformismo geral leva a nação brasileira e a outras deixar
de lutar e ser democrático, largando as rédeas soltas, “já que o cavalo soltou,
deixe que vá”.
O
brasileiro tem por dever e direito lutar para a mudança de sua nação. Deve
parar de ser egocentrista e se tornas mais sociocentrista. Deixar de ser
consumista e se tornar mais humano.
A
Pós-Modernidade está se transformando em Pós-Humana. O ser
humano está desaprendendo a ser humano. Se tornando plástico e isolado. Olhando
para os seus próprios interesses e deixando de pensar no reflexo que aquilo
terá para o outro ou até mesmo para as próximas gerações.
Reclamamos
de corrupção e grandes desvios e subornos, mas quando temos a oportunidade de o
fazer fazemos. Ver alguém perdendo um dinheiro e ficar para si. “Molhar” a mão
do guarda para liberar o carro ilegal. Dar um “troco” para o médico nos dar um
atestado falso. Até chegar a oportunidade de carregar alguns milhões, desviar
alguns milhões, embolsar alguns mil. “A ocasião faz o ladrão”.
O que é mais falso e hipócrita? dizer: Não
gosto de política, olha! O político roubando seus milhões! E chegar à rua e
“molhar” a mão de um. Ou até mesmo dizer: Se eu pudesse faria justiça! E ver a
injustiça ser feita e ficar calado quando se poderia intervir diretamente.
Da
mesma forma que a ocasião faz o ladrão o justo faz a justiça.
“A justiça é somente cega. Cabe ao justo a guiar.”
por M. Thalita
Nenhum comentário:
Postar um comentário